Não é errado afirmar que o celular chegou a um nível de extrema importância para qualquer pessoa hoje em dia. Porém, entre tantas opções e recursos, um que tem chamado atenção é o celular terapêutico. Quer entender melhor o que está acontecendo? Então não deixe de conferir este artigo, pois revelamos tudo a seguir.
Você sabia que todos os dias coletam informações suas? Tanto o microfone do seu celular ou sites acessados, viram informações valiosas. Contudo, alguns grupos de pesquisadores estão dando um passo além em relação à interação das pessoas com os seus smartphones.
A notícia boa é que a pesquisa visa prevenir ou diagnosticar com antecedência transtornos psicológicos. De todo modo, o aplicativo não tem o objetivo de substituir um atendimento profissional. Por outro lado, ele quer facilitar a consulta e ajudar no tratamento de pessoas ao redor do mundo.
Como o celular terapêutico funciona?
Vale destacar que o aplicativo ainda está em fase de estudo, e conta com alguns jovens e adolescentes como voluntários. Atualmente, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), conta com 150 voluntários que participam da pesquisa. Quem está à frente do projeto é o professor de Psiquiatria da Infância e da Adolescência da UFRGS, Christian Kieling.
Os voluntários são monitorados através dos seus smartphones, mas antes todos respondem um questionário. Assim, tanto as suas conversas escritas, por áudio e emojis são coletados para estudo. Além disso, a cada 15 segundos o aplicativo faz captação do som do ambiente em que o voluntário está. Contudo, há um pacto que priva os pesquisadores de ouvir as conversas.
Além disso, o app também trabalha com a geolocalização, assim, é possível saber quais os locais que o voluntário frequenta. Outro ponto analisado é a atividade e o repouso do aparelho, e em alguns casos até a taxa de tempo para responder. Quanto mais detalhes é melhor para se fazer um diagnóstico mais certeiro.
Isso pode ajudar de fato pessoas com depressão?
Outro grupo de pesquisa inclui a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) e a Universidade George Mason (EUA). Eles começaram a desenvolver um aplicativo depois que um aluno se suicidou em 2021. Então o objetivo do robô é captar perfis depressivos através de expressões e palavras-chave.
E embora os alunos estejam avançando de maneira positiva em relação ao projeto, ainda existem alguns pontos que precisam ser aprimorados. Um deles é a interpretação do robô de ironia, por exemplo. Contudo, os pesquisadores estudam a possibilidade de fazer análises ainda mais profundas e precisas.
Assim, as informações também contariam com sinais fisiológicos, sendo eles os padrões de sono, e até mesmo o batimento cardíaco. Tudo isso, visando ter mais detalhes para poder ajudar pessoas no processo de tratamento. Além disso, uma ferramenta como esta auxiliaria a sociedade em momentos iniciais da depressão.
Os estudos continuam e a ciência avança
Embora pareça um tema novo e totalmente atual, já em 2012, 10 anos atrás, cientistas da Northwestern University o estavam estudando. Na época, a equipe desenvolveu um aplicativo que ”sentia” o seu usuário. De modo que o app, ‘sentia’ o seu usuário, lendo informações ao redor.
O objetivo era identificar pessoas com perfil depressivo e ajudá-las a se manter positivas. O aplicativo também foi um meio de levar uma espécie de terapia para pessoas que nunca tiveram acesso ou não se interessam. O foco do estudo era a depressão, mas o aplicativo também identificava outros transtornos de humor.
Vale destacar que no caso das pesquisas brasileiras os voluntários ainda contam com a ajuda de um terapeuta. Mas, alguns pesquisadores já disseram que foi possível ver melhora no quadro de alguns voluntários. Isso serve como incentivo para o desenvolvimento do projeto.
O celular terapêutico e a importância dessa pesquisa
Como dito antes, o celular nunca esteve tão presente na vida das pessoas como é hoje. Além disso, o smartphone já não é mais apenas um item para se comunicar ou tirar fotos. Assim, muitas pessoas que já utilizam os seus celulares para trabalho, ferramentas, etc., teriam à disposição um aplicativo que as ajudaria a cuidar de sua saúde.
Embora pareça uma ideia invasiva, as pessoas que se submetem a este aplicativo, conseguem identificar transtornos a tempo. Afinal, diferente de algumas doenças que um médico localiza em minutos no corpo, uma psicológica chega a levar décadas. Para algumas pessoas, isso pode ser tempo o suficiente para o agravamento do caso.
Desse modo, esta pesquisa tem muita importância, ainda mais após atingirmos altas taxas de suicídio no Brasil. Assim, o papel dos pesquisadores é importante no combate pela vida. Além disso, com o uso do celular, este aplicativo pode ajudar milhares de pessoas que nunca foram a um terapeuta.
Por fim, o que você acha da ideia? Para alguns pode ser uma invasão de privacidade, mas até que ponto? De todo modo, as pesquisas avançam, e os estudantes ficam mais otimistas a cada passo. Por outro lado, esta é uma ótima ferramenta para se ter em seu bolso todos os dias.