Desde os tempos remotos de Platão e Aristóteles, o homem é intrigado com o “original”. O tempo passou e chegamos até a internet, onde é muito difícil se pensar em original com ferramentas como “Ctrl C” e “Ctrl V”, ou prints instantâneos. Mas, o Bitcoin trouxe uma nova perspectiva para isso, e o mundo das artes está se beneficiando dessa inovação.
Se você nunca ouviu falar em Bitcoin, basicamente, ela é uma moeda digital criptografada, contudo, não é o foco do nosso texto se aprofundar nela. Afinal, o que realmente muitas pessoas estão olhando é a tecnologia que faz o Bitcoin tão fabuloso, a blockchain. Esta incrível revolução apresentada ao mundo por Satoshi Nakamoto é capaz de realizar um feito único.
O que é o blockchain
A tecnologia que possibilita a existência do Bitcoin também é a base para as outras criptomoedas existentes. Na realidade, este não é um conceito tão simples de explicar, contudo, não é difícil de entender o que a blockchain faz. Traduzindo o conceito literalmente temos uma ‘corrente de blocos’.
Esta corrente pode fazer parte de uma rede pública, disponível para qualquer pessoa acessar, ou uma rede privada. Contudo, estes blocos acumulam informações referentes à transação realizada, mas podem ter qualquer tipo de informação. O mais interessante é que esta rede é igual para qualquer usuário no mundo, então ela é praticamente imutável e totalmente segura.
A segurança decorre da disposição dos blocos inseridos na rede, afinal, ele organiza cada um cronologicamente. Além disso, este registro fica na rede para sempre, então a qualquer momento da sua vida será possível confirmar a informação no bloco. Esta tecnologia é o motor do Bitcoin, das criptomoedas, e claro, dos NFTs (non-fungible token).
Como os NFTs estão revolucionando a arte?
O NFT ou ‘Token não-fungível’ tem como base a tecnologia do Bitcoin, a blockchain, assim, ele também está inserido em uma rede e armazena dados em blocos. Contudo, a particularidade do NFT é que ele não se funde a outros tokens.
Por exemplo, se você tem 1 BTC em sua carteira e adquire mais 1 BTC, eles se fundirão então você terá 2 BTC, contudo um item NFT nunca vai se unir a outro. Afinal, um NFT pode atribuir originalidade ao objeto atrelado.
A verdadeira revolução está no fato de agora ser possível atribuir o fator de originalidade a uma obra, seja uma pintura, uma letra, música, etc. Assim, é possível comprovar que uma obra é autêntica sem a necessidade de inúmeras burocracias.
Qual é a diferença entre um NFT e um print?
Há um fato bem interessante no homem que é a necessidade de colecionar, isso ocorre pelos mais variados motivos. Assim, um NFT pode ser o equivalente a ter um quadro de Pablo Picasso. No sentido de que este quadro é único e tem muito valor, então colecionadores valorizam extremamente a obra pela sua história e escassez.
Existem inúmeros artistas e profissionais que conseguem replicar perfeitamente um Picasso. Isso pode acontecer na internet com um simples print de tela, ou em poucos cliques. Contudo, o detentor de fato da obra pode não se importar com a sua reprodução e distribuição em massa. Por outro lado, se ele quiser brigar pelos direitos autorais da imagem em questão reproduzida, o registro na blockchain será o seu alicerce.
E embora se pense primeiramente em imagens, quando se fala em mundo das artes, é porque o NFT é muito abrangente. Desse modo, assim como ele pode autenticar uma imagem ou quadro digital, ele também pode registrar uma música ou composição. Mas para esta tecnologia do Bitcoin, o céu é o limite, assim, obras de artes conceituais até memes casuais estão sendo negociados por altos valores.
As vendas são normalmente feitas por leilões, e os pagamentos são normalmente realizados em criptomoedas. De todo modo, as moedas virtuais depois podem ser trocadas por dólar e utilizadas normalmente.
A tecnologia do Bitcoin vai mudar a forma de fazer arte?
A arte está constantemente se adaptando ao seu meio e tecnologia disponível, então é certo afirmar que a forma de fazer arte pode mudar. Contudo, a maior mudança parte de outros pontos, como o que realmente faz essa obra digital se valorizar. Também é possível dizer que uma mudança muito grande ocorre na forma de negociar as obras.
Muitos artistas já estão buscando se adaptar à tecnologia do Bitcoin, desse modo, estão transferindo direitos ou ingressando em novos projetos artísticos. Além disso, outras áreas já estão explorando o uso do blockchain em sua estrutura. Assim, jogos virtuais e negócios no ramo de imóveis já estão se adaptando ao uso de NFT e transações em blockchain.
E você? O que acha de toda esta inovação por trás da maneira de fazer e negociar as obras de artes digitais? Uma coisa é inegável, muitas pessoas estão ganhando bastante dinheiro negociando NTFs, então, se você é um artista, isso pode ser muito interessante!